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A importância da fisioterapia no tratamento da fascite plantar

A fascite plantar, conhecida como síndrome de dor no calcanhar, é uma doença caracterizada pela sensibilidade extrema no calcâneo e ao longo de toda a fáscia plantar, até sua inserção. A patologia é mais intensa nas primeiras caminhadas do dia e após longos períodos com os pés suspensos.
Sua etiologia é multifatorial: a condição pode ser desencadeada por processos inflamatórios e degenerativos, alterações biomecânicas e anatômicas do arco plantar e até pelo sobrepeso e uso de calçados inadequados. Por conta dessa variedade de causas, sua prevalência é alta. Estima-se que 10% da população mundial apresente ou vá apresentar a síndrome em algum momento da vida, principalmente entre os 40 e 60 anos.
O prognóstico da fascite plantar é positivo, e os sintomas costumam ser eliminados com tratamento adequado. O problema, aqui, é subestimar sua gravidade. Sem os devidos cuidados, a patologia pode se tornar crônica e provocar lesões nos joelhos, quadril e coluna.
O tratamento tem como objetivo reduzir a inflamação, aliviar a dor e habilitar o paciente para atividades rotineiras. A primeira linha de cuidado consiste em sessões de fisioterapia, mas conforme a evolução do caso é possível associar a prática ao uso de medicamentos ou recorrer à cirurgia.
Cuidados, restrições e exercícios para o dia a dia
Tanto o ortopedista quanto o fisioterapeuta devem orientar o paciente sobre os cuidados diários e as restrições necessárias para a remissão da patologia. O ideal é evitar sapatos de salto e longos períodos em pé ou na mesma posição. O tratamento varia de seis a 18 meses, e durante essa fase é importante reduzir a intensidade das atividades físicas. Para momentos de maior sensibilidade, deve-se recomendar repouso e aplicação de gelo.
O departamento de ortopedia da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, indica seis exercícios para realizar em casa:
- Enrugar uma toalha com os dedos do pé: colocar um pano no chão e, com o pé acometido, enrugar a toalha na direção do corpo. Pode ser repetido dez vezes por dia.
- Extensão de dados: sentar-se com a perna dolorida cruzada sobre a outra perna. Segurar os dedos desse pé com uma mão e puxá-los em direção ao corpo. Com a outra mão, deve-se massagear o arco do pé. O movimento precisa ser mantido por dez segundos, e pode ser repetido por três minutos, uma vez ao dia.
- Alongamento de panturrilha: ficar de pé com as duas mãos apoiadas na parede. Os pés também devem apontar para a parede. Afastar o pé dolorido na direção contrária, com o calcanhar no chão, até sentir o alongamento da panturrilha. Manter o movimento por 45 segundos. O exercício pode ser repetido até quatro vezes ao dia.
- Alongamento com toalha: realizar antes de começar o dia. Passar uma toalha pelo arco plantar do pé afetado e puxá-la em direção ao corpo, com leve pressão. Manter o movimento por 45 segundos. O exercício pode ser repetido até quatro vezes por dia.
- Alongamento de panturrilha em degrau: apoiar o pé não dolorido no degrau e posicionar a primeira parte do pé acometido na ponta do degrau. Deixar o calcanhar abaixar até sentir o alongamento da panturrilha. Segurar a posição por 45 segundos. Pode ser repetido até quatro vezes por dia.
- Massagem com rolo: apoiar o pé dolorido em uma garrafa de água gelada ou em uma bola de tênis. Rolar o pé para frente e para trás sobre o objeto. Repetir por até cinco minutos, duas vezes por dia.
Melhores opções terapêuticas para fascite plantar
Em relação às terapias disponíveis, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) organizaram um compilado com os resultados de mais de 20 estudos sobre a eficácia de cada técnica para fascite plantar. O artigo de revisão foi publicado em 2014, no periódico Acta Fisiátrica, da Instituição de Medicina Física e Reabilitação. De acordo com as observações do grupo, os métodos que apresentaram maior efetividade foram a terapia manual, as órteses para pés (palmilhas) e a eletroterapia.
A terapia manual consiste no alongamento individual do membro. Segundo a pesquisa, a alternativa é capaz de reduzir a dor e aumentar a amplitude do movimento, principalmente quando envolve exercícios de mobilização do nervo tibial, alongamento passivo e fortalecimento do músculo tibial posterior.
As órteses, por sua vez, são indicadas para os casos de alteração biomecânica. Um dos ensaios clínicos analisados comparou o desempenho de palmilhas pré-fabricadas, customizadas e placebo em mais de 230 pacientes. Aqueles que usaram as palmilhas pré-fabricadas tiveram suas dores reduzidas em um intervalo de tempo significativamente menor do que os demais.
Quanto à eletroterapia, o compilado investigou estudos sobre sessões de laser, ultrassom e ondas de choque (TOCEC). Todas os ensaios apontaram que, após serem expostos à diferentes intensidades de TOCEC, os voluntários tiveram alívio da sensibilidade em menos de 12 semanas.
Os pesquisadores da Unifesp não identificaram evidências de melhora significativa nos estudos com bandagens e talas noturnas.
Fonte: REDAÇÃO SECAD